Foi exatamente há sete anos que o Brasil amargava uma das suas piores derrotas. Sem lutar em guerras, o autointitulado país do futebol fez a derrota do Uruguai parecer fichinha e tivemos de encarar que vivemos (não só no futebol) na base das derrotas, mentiras e engodos.
Aquela seleção nos fez ver um engodo chamado de craque, a mentira de que teríamos alguma chance de conquista o hexa e que a derrota pode doer, mas ser humilhado nos deixa atônitos.
O que ainda não sabíamos lá no distante ano de 2014, é que a partir daquele momento iríamos viver um 7 a 1 diário. Gol da Alemanha todos os dias. Na política, na economia, veio até uma pandemia amargando a vida de milhares de brasileiros, que mesmo com seu humilde estilo de vida, arrumava motivos e alternativas para buscar momentos felizes.
De lá pra cá tivemos uma reforma trabalhista que precarizou as relações de trabalho, elegemos um presidente negacionista que não gosta de negros, índios, da comunidade LGBT, e de todo que possa a vir tirar o status quo da família tradicional brasileira.
São muitas derrotas. Muitas goleadas. Ficamos com saudades de que tudo o que venha de pior seja uma derrota de goleada em casa numa Copa do Mundo. Agora temos gol da Alemanha todos os dias. Na economia, no gás de cozinha a R$ 100, em reajustes constantes no preço da gasolina, na feira exorbitantemente cara, no auxílio emergencial de R$ 150, em gente se negando a tomar vacina, e nas denúncias contra o presidente que ninguém faz nada.
Saudades de uma humilhação futebolística. Quando tudo era só resenha e não doía no bolso, na mente e na falta de perspectiva com o futuro.