“Os nossos japoneses são mais criativos que os outros!”
Tudo bem, esses slogans ufanistas, estão lá recheados de resquícios da propaganda militar nacional, fedendo aos anos de chumbo.
Uma exaltação, elevação de autoestima nacional através de propaganda massiva.
Mas, no caso específico em questão, tratava-se daquela memorável série de comerciais dos anos 90 de uma marca de TVs, eletrônicos…
Como não sou a Rede Globo posso dizer o nome da dita cuja sem exigir retorno em anúncio financeiro: Toshiba.
A marca realmente era muito boa, líder de mercado nacional, mas não resistiu ao mundo de LCds e depois LEds. Sugestivamente, ela, famosa pela longa duração de seus produtos (a TV de tubo de minha vozinha durou 3 décadas), sucumbiu à era da obsolescência programada e mudança tecnológica em intervalos cada vez mais rápidos.
Mas se você chegou até aqui, devo informar que toda esta introdução é apenas para fazer uma analogia com esta idéia de sentimento nacionalista exacerbado tão retomada por alguns núcleos desta província Brasil em tempos atuais.
Antes, apesar de alienante, artificial, mercadológico, o tal pensamento patriótico era positivista, hoje, o orgulho nacional é a ignorância.
Se na propaganda histórica da Toshiba se enaltecia a diferença criativa do brasileiro, agora, na “Era Bolsonaro”, parte da coletividade nacional celebra a vergonha.
Vejam só, o líder da nação brasileira se consolida como a maior autoridade mundial em absurdos.
Um último exemplo da diária de disparates, aberrações do senhor que ocupa a presidência brasileira nem saiu daqui, veio do Chile e, curiosamente, não por uma ação direta dele, mas do que o próprio já anunciou que fará, ou não fará…
Ao que o advogado das causas perdidas já vai levantar e gritar: e existe dolo sem ação concretizada?
Ah, dotô, nem perca seu tempo pra cima de mim com esta roupagem jurídica dos passadores de pano!
Quem não se lembra das campanhas orquestradas e sistemáticas contra urnas eletrônicas, falas criminosas contra a confiabilidade do sistema eleitoral, ou mesmo as declarações de que não reconheceria derrota sob nenhuma hipótese na eleição passada etc e tal??
O resultado das urnas no país Andino ratificou que estamos ilhados como o país, dentre as democracias modernas, com o “estadista” mais tosco do mundo!
Após a saída do asqueroso Donald Trump da presidência dos EUA (não por acaso, ídolo da versão brazuca do Tio Sam), sobrou apenas nossa versão.
Está confuso? Ainda sem entender?
Explico abaixo porque o resultado da eleição no Chile evidenciou que Bolsonaro é a pior anomalia política das democracias mundiais.
Até o extrema direita derrotado chileno teve a dignidade republicana de reconhecer a derrota, ligando, ainda durante a apuração, para o adversário e o congratulando como novo presidente.
Lá, tal qual aqui, o representante da extrema direita, também é admirador de ditadura, mas diferente de Bolsonaro, apesar de lamber botas de torturador, sabe, pelo menos, perder.
Aqui sabemos que Bolsonaro jamais fará o mesmo quando for triturado nas urnas em 2022.
Pelo lado positivo, o vencedor, provavelmente, não terá o desprazer de dividir algum momento da épica posse com a companhia desagradável deste ser desprezível.
No mais, aceitando, reconhecendo, gostando, agindo republicanamente, ou não, o bom prenúncio é que, para o bem do Brasil, todos os indícios (sinais, fortes sinais) apontam que este cidadão será defenestrado do poder.
“Amanhã vai ser outro dia…”