Três irmãos que decidiram não tomar a vacina contra a Covid-19 morreram, em um intervalo de apenas oito dias, após contrair a doença. A família é natural de São João do Sul, Santa Catarina. Deneci Carboni Pedro, de 51 anos, morreu nessa terça-feira 21, após 21 dias internada em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Já seus irmãos Valdir e Denilde Carboni Pedro, de 49 e 52 anos, morreram no último dia 13.
Os irmãos moravam próximos, em uma comunidade rural chamada Vila de Santa Catarina. Segundo informações do Uol, as irmãs não tomaram a vacina por medo de complicações. “Elas [Deneci e Denilde] não quiseram a vacina por falta de informação, falta de divulgação dos motivos para tomar. Como tinham diabetes, elas tinham medo de tomar e complicar a saúde delas”, explicou Altair Carboni Pedro, de 55 anos.
Altair é irmão do trio de irmãos falecidos. Segundo ele, Valdir não tomou a vacina porque precisava trabalhar: “Ele, inclusive, foi o primeiro a falecer”. Após contraírem Covid-19, os irmãos transmitiram a doença para pelo menos outros 12 familiares. Eles foram internados por volta do final de agosto, quando foram transferidos para UTIs de um hospital da cidade de Sombrio, também em Santa Catarina.
Valdir foi o primeiro a vir a óbito, às 5 horas da manhã de 13 de setembro. Enquanto a família se preparava para o sepultamento, Denise veio a óbito às 14h30. Apesar de também terem sido infectados, o pai e a mãe das vítimas, que têm 86 e 81 anos, respectivamente, não tiveram complicações por já estarem imunizados.
Apelo
“Nos três velórios, na hora do sepultamento, eu fiz um apelo a quem talvez não tivesse vacinado por qualquer motiv, porque a gente também não pode julgar as pessoas”, conta Altair, que já está vacinado com as duas doses. “Diante da situação que a gente viveu e estamos vivendo, nunca sabemos porque não vão vacinar, talvez falta de informação e incentivo”, declara.
Ainda em entrevista ao Uol, o irmão relata que familiares, incluindo uma família inteira de um primo, foram se vacinar depois de seus pedidos nos velórios dos irmãos. Ele incentiva toda a população a buscar ser vacinada, seja com a primeira ou segunda dose. “A gente perdeu três irmãos em um espaço de oito dias, e cada um deles tinha filhos jovens. […] Procure se vacinar, procure se proteger. Muitas pessoas estão ignorando esse tipo de coisa, fazendo muito ‘ajuntamento’, festas. Coisa que leva o vírus a se propagar”, salienta.
Do O Povo/UOL