Negar a ciência, desmerecer a pandemia e encarar tudo como uma gripezinha. Quem acompanhou o Governo Bolsonaro durante toda a pandemia sabe que ele mais atrapalhou no processo. Já estamos no quarto ministro da Saúde, com mais de 500 mil mortos. Porém, o presidente torce o nariz e acha que tudo isso é motivo de condecoração.
O reconhecimento pela atuação “destacada” no campo das atividades científicas, educacionais, culturais e administrativas veio nesta quinta (5). Foi realizada a entrega de medalhas do Mérito Oswaldo Cruz e da Ordem do Mérito Médico.
O presidente Jair Bolsonaro concedeu a homenagem a ministros, assim como à primeira-dama.
As medalhas
A medalha de Mérito Oswaldo Cruz foi entregue para Michelle Bolsonaro. Além dela, os ministros Fábio Faria (Comunicações), Damares Alves (Direitos Humanos), Gilson Machado (Turismo), Carlos Alberto França (Relações Exteriores), João Roma (Cidadania), Luiz Eduardo Ramos (Casa Civil), Paulo Guedes (Economia), Rogério Marinho (Desenvolvimento Regional), Tarcísio Freitas (Infraestrutura) e Walter Braga Netto (Defesa).
Já a medalha da Ordem do Mérito Médico, foi entregue para os médicos que “salvaram a vida” de Bolsonaro, durante o ataque de 2018. Bolsonaro levou uma facada quando fazia campanha eleitoral.
Foram condecorados, na classe comendador, o cirurgião Antônio Macedo, do Hospital Albert Einstein, e o cirurgião Luiz Henrique Silva Borsato, da Santa Casa de Misericórdia de Juiz de Fora.
Do mesmo modo, Antônio Barra Torres, presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), recebeu a honraria na classe grande-oficial.
Agora, só falta os apoiadores do presidente afirmarem que ele trouxe a vacina. Seja como for.
Afinal, negar veemente e depois ceder pode ser entendido, em síntese, como uma proatividade. Desde que seja tardia para mostrar que só faz as coisas depois que percebe que a pressão popular o obriga a seguir contra suas próprias vontades.
Com o Estado de Minas
Foto: TV BRASIL/Reprodução