Bolsonaro teve 57 milhões de votos, mas ainda assim mantém a defesa de que o atual processo eleitoral no Brasil é passível de fraude.
Nadando contra todas os desmentidos do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o presidente fala em voto auditável, coisa que já existe com boletins de urna, zerésima e todos os trâmites. Quem acompanha de perto como é a apuração de uma eleição sabe que existe toda uma transparência no processo.
Mas isso tem sido pouco para Bolsonaro. Desde que Lula foi solto e suas condenações anuladas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) que ele voltou a bater nesse assunto.
Para ele, o atual processo é falho. Disse que tinha até provas, mas depois, assim como o juiz Sérgio Moro, transformou tudo em convicção.
Ah! E só pra constar: o voto impresso são aqueles mais passíveis de manipulação, fraude e intervenções diversas.
E ficam as perguntas
E dentre tantas teorias sobre os reais motivos para Bolsonaro comprar uma briga com o TSE, uma chama atenção: a sina pelo voto “editável”.
Isso mesmo. Com trocadilho infame. Se o atual sistema é falho e favorece alguém, porque deixaram ele ganhar?
E se ele fala tanto em eleições limpas, porque quer sujar os corações e mentes dos brasileiros que o apoiam falando que a sua própria eleição pode ter sido fraudada?
E porque tanto autoritarismo em ameaçar o processo democrático citando frases como “tá dado o recado”, “se eu perder houve fraude”?
Parece que ele já tem todo um esquema montado para justificar uma derrota ou mudar a apuração com uma edição de resultado. Porque esse fetiche dele em voltar a práticas do século passado virou até meme.
Por enquanto Bolsonaro tem perdido a guerra pelo voto impresso. Até inquérito o TSE abriu pra investigar a rede de desinformação criado pelo presidente em busca de mudar o funcionamento das eleições.
E quando se fala em investigação contra o presidente, sempre tem novidade. Ou uma troca de ministro, ou uma política pública que ele preteriu. Dessa vez foi o reajuste do Bolsa Família que esperamos que realmente possa amenizar o povo mais vulnerável do nosso país.