Após o presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmar que, provavelmente, nenhuma categoria terá reajuste este ano, policiais federais e rodoviárias já falam em ‘traição ‘ e “golpe” do presidente, caso ele descumpra o compromisso firmado no fim de 2021.
De acordo com o jornal O Estado de S. Paulo, policiais federais, policiais rodoviários federais e líderes de associações que representam a categoria afirmaram reservadamente que um possível recuo de Bolsonaro pode fazer milhares de policiais irem às ruas criticar uma “falta de compromisso” do presidente para com o órgão.
Com a adesão em massa dos servidores públicos federais ao movimento de operação-padrão e entrega de cargos comissionados no governo, Bolsonaro pediu no fim de semana “sensibilidade” ao funcionalismo e argumentou que não há espaço no Orçamento para dar aumento para todos. “Pode ser que não tenha reajuste para ninguém”, disse o presidente no sábado, 8.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, recomendou que Bolsonaro vete o reajuste aos policiais . O Orçamento tem uma reserva de R$ 1,7 bilhão para atender reajustes em 2022. Para conseguir uma fatia desses recursos para melhores salários, várias categorias aderiram a operações-padrão, o que causou transtornos em portos e na fronteira do Brasil com países vizinhos, como a Venezuela.
Neste momento, as corporações não falam em uma possível greve, tendo em vista que o Supremo Tribunal Federal (STF) já proibiu paralisação e operação-padrão por parte de servidores envolvidos com segurança pública. Assim, o efeito imediato, caso o recuo de Bolsonaro se confirme, seria mobilizações públicas, críticas ao governo federal e “diminuição no empenho” dos policiais.
Do A Tarde/Estadão