Sabe aquele maior enigma da humanidade? A clássica questão “quem veio primeiro, o ovo, ou a galinha? Pois bem, serve para ilustrar o eterno debate sobre a origem do gosto popular.
Você pode até me perguntar o que tem a ver o c… (no caso o das galinhas) com as calças?? Então, na pegada modinha das redes, segue o fio que explico, ou tento…
Para desespero dos seguidores do finado Olavo e afins eu poderia entabular Escola de Frankfurt, mas em respeito ao luto do tarólogo, nem preciso ir tão a fundo.
Fato é que no Brasilzão do Deus dará, com jabá, ou sem jabá, com sertanejo impulsionado por agro pop, ou não, o mega sucesso é, quase sempre, de qualidade duvidosa, para dizer o mínimo.
Senão, como explicar a estrondosa audiência de podcasts como Flow??
Tanto em plataformas como YouTube, quanto Spotify o programa figura no top 3 nacional!
Esse mesmo, do imbecil orgulhoso Monark, aquele que se envaidece de fazer um programa idiota, estilo “Tô nem aí”, para defender a existência de toda e qualquer excrescência e influenciar outras mentes fracas.
O garotinho com nome de bicicleta dos anos 80, assim como a década perdida, parece ter parado no tempo.
Pedala, Monark!
Se orgulha de pagar de adolescente despojado, mesmo tendo mais de 30 anos de idade.
E usa essa programada despretensão para legitimar toda e qualquer asneira que profere.
Típico, né? A tal “liberdade de expressão” é escudo ideal para proteger o espírito fascista dos canalhas.
Mas, voltando ao ensejo inicial. Pintinhos, cloaca, preferências populares…
Na convencional forma de consumo da indústria cultural se tenta atribuir quase exclusivamente a responsabilidade pela predileção do povo por subprodutos aos conglomerados de TV e rádio que, praticamente, só ofertam isso, de fato…
Mas como explicar os grandes fenômenos em ferramentas novas de streaming, por exemplo?
Foi lá que nasceu e, sem privilégio de divulgação, ou espaço, quanto aos concorrentes, foi catapultado a fenômeno o famigerado Flow!
O negacionista desta causa, açodado, logo corre para cravar que o fenômeno deste e de outras ferramentas modernas, “independentes” de comunicação é a prova de que não há interferência, ou influência original da grande mídia na identificação cultural do povo. Eles gostam daquilo porque se identificam e pah! Ou Podpah, outro campeão de audiência nos podcasts.
Por outro lado o eterno conspirador atribui tudo a origem da comunicação em massa, que teria formado essas afinidades em um processo longo e sincronizado, incutindo esses desejos na sociedade e tolhendo a capacidade de leituras além.
Dilema original
E eu? Safo que sou, prefiro ficar com o dilema original, quase em cima do muro. Cada um que assuma sua parcela de culpa, indústria cultural e povo. Considero, na verdade, existir um problema macro, além da força destes dois agentes. Educação em seu conceito mais amplo.
Naturalmente, reconheço a enorme parcela de responsabilidade da grande mídia e seus enlatados alienantes, homogêneos, sem pluralidade de vozes e canais na formação de uma massa de indigentes culturais/intelectuais, mas não eximo a sociedade da responsabilidade. Segurem seus BOs, reconheçam seus likes e admitam as escolhas que fizeram/fazem.
Enquanto isso, os aventureiros da comunicação, tal qual o defensor de nazista Monark, seguem seu modelo desinformativo, contraproducente, resvalando, via de regra, no crime com microfone em punho.
Texto publicado originalmente no blog marcosthomaz.com