Os casos de Covid voltaram a aumentar no país. A média móvel que no final de abril era 12 mil casos/dia, passou para mais de 45 mil no dia 9 de junho, de acordo com o Conselho Nacional de Secretários da Saúde (Conass).
Nos diagnósticos por teleconsulta, entre maio e ontem, 13 de junho, foram identificados cerca de 62,5 mil novos casos, representando um aumento de 587%, em comparação a abril, segundo dados de Conexa, maior player de saúde digital da América Latina. A denominada 4ª onda da Covid traz de volta o medo da contaminação nos locais de trabalho, já que grande parte das empresas retomou a ida ao escritório, mesmo que parcialmente.
Para a psicóloga Luciene Bandeira, diretora de saúde mental da Conexa, sintomas de ansiedade e estresse, ligados ao trabalho, podem ter alta neste momento. A F.O.R.T.O. (Fear Of Returning To the Office), ou “medo de retorno ao escritório” (em português) é caracterizada pelo receio de retomar uma rotina corporativa tal qual era antes. Em geral, as pessoas com esta síndrome tendem a não manifestar seus sentimentos com relação à retomada e precisam de mais tempo e outros estímulos para dar este passo.
De acordo com Fabiano Carrijo, CEO de Psicologia Viva, player de saúde mental integrante da Conexa, nas consultas psicológicas já tem sido percebido um aumento desse tipo de queixa entre os pacientes. “Esse tema traz à tona a importância de as empresas terem ações em prol da saúde mental de seus profissionais e evidencia a urgência de focar no “S” de ESG (environmental, social and corporate governance).”
O retorno híbrido ao local de trabalho é o que mais agrada os profissionais das grandes empresas, de acordo com pesquisa da consultoria PwC Brasil, mas este cenário pode mudar com a nova onda de Covid. “Apesar de quase 80% da população já estar vacinada com a segunda dose ou dose única, o risco ainda existe. Focar em acolher as pessoas e entender a particularidade de cada indivíduo, sem que as regras sejam impostas a todos da mesma forma, é o primeiro passo que as empresas, principalmente o RH, devem ter neste momento. Treinar os líderes e entender que a saúde mental influencia no trabalho de diversas formas é a chave para que essa nova fase ocorra de forma menos abrupta nas empresas”, explica Carrijo.
Luciene complementa dizendo que, cada vez mais, os líderes devem aprender a reconhecer o sofrimento alheio sem tentar minimizar e precisam dar exemplos de autocuidado. “Um dirigente que fala em uma palestra que faz acompanhamento psicológico tem um alto poder de influência para adesão à terapia, passando a mensagem de que cuidar da saúde mental é algo normal, quebrando a barreira do tabu”, finaliza a psicóloga.
Diagnóstico de Covid pode ser online
Pacientes que estão com tosse, coriza, febre, dores no corpo, na garganta, na cabeça e outros sintomas característicos, tanto da gripe como da Covid-19, podem se beneficiar de uma consulta online, por meio da telemedicina. “Para que os pacientes se sintam mais seguros e evitem circular e transmitir o vírus, a saúde digital conta com profissionais especializados que podem fazer um diagnóstico rápido e assertivo”, destaca Gabriel Garcez, diretor médico de Conexa
O diagnóstico de uma síndrome gripal pode facilmente ser feito por telemedicina, guiando toda a conduta médica. Na consulta online, o paciente pode receber prescrição de remédios, solicitação de exames e até os atestados para o necessário isolamento durante o período de contágio da doença. “Durante a consulta, o médico busca pelos sinais de alerta, como falta de ar e dor no peito e avalia se há a necessidade de indicação para uma avaliação presencial. A taxa desse tipo de encaminhamento é de cerca de 5%.”