Quando pesquisa de ponta, compromisso social e empreendedorismo se encontram, nascem soluções transformadoras. Esse é o caso de três projetos da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) selecionados no programa Catalisa ICT – Ciclo 02. A princípio, a iniciativa é uma parceria do Sebrae com o Instituições de Ciência, Tecnologia e Inovação (ICTs). Os pesquisadores paraibanos foram os únicos do estado aprovados em um edital nacional que escolheu 316 planos de inovação em todo o país.
Ao mesmo tempo, cada um dos projetos receberá R$ 120 mil em financiamento do Sebrae ao longo de nove meses. Assim, o objetivo de transformar conhecimento acadêmico em produtos e tecnologias com aplicação prática no mercado.
Da academia ao mercado: Os três projetos em destaque
Dessa forma, a diversidade dos projetos reflete a capacidade multidisciplinar da UFPB. Confira na tabela abaixo um resumo das iniciativas:
Pesquisador Responsável | Área de Atuação | Proposta de Inovação | Aplicação Potencial |
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Prof. Darlan Azevedo (Eng. Produção) e Profa. Cristiane Sassi (Biotecnologia) | Biotecnologia de Alimentos | Alimento funcional à base de óleo de coco enriquecido com bioativos de microalgas (Spirulina e Chlorella). | Indústria de alimentos e cosméticos (cremes, hidratantes). |
Profa. Cinthia Guedes (Nutrição) | Nutrição e Saúde | Desenvolvimento e otimização de macarrão de inhame-da-costa para controle glicêmico. | Alimentação funcional para diabéticos e saúde pública. |
Carlos Carvalho (YBY Startup) | Agrotecnologia | Plataforma de recomendação inteligente de bioinsumos agrícolas com base em análises laboratoriais. | Agricultura de precisão e manejo sustentável. |
Microalgas e Óleo de Coco: Uma Combinação de Alto Valor
Liderado pelo professor Darlan Azevedo, em parceria com o Laboratório de Ambientes Recifais e Biotecnologia com Microalgas (Larbim), o projeto busca criar um alimento funcional inovador. A base tecnológica já é protegida por uma patente da UFPB.
“O que propomos é um aprimoramento da tecnologia para novos produtos, a partir da patente já depositada”, explica Darlan. A professora Cristiane Sassi, coordenadora do Larbim – segundo maior banco de microalgas do Brasil –, destaca que as cepas escolhidas (Spirulina e Chlorella) produzem compostos como ômega 3. Desse modo, potencializam os benefícios do óleo de coco.
Inhame no Controle da Glicemia
Já a professora Cinthia Guedes trabalha no desenvolvimento de um macarrão de inhame-da-costa com foco no controle glicêmico. O projeto envolve vários laboratórios da UFPB e pretende ajustar a produção para garantir qualidade e funcionalidade. “Esta seleção ressalta a importância do apoio à pesquisa e fortalece a cultura de inovação na instituição”, comemora.
Startup Incubada na UFPB leva Inovação para o Campo
O terceiro projeto selecionado é de Carlos Carvalho, sócio da YBY Startup, incubada na UFPB desde 2021. A proposta é criar um sistema de recomendação inteligente de bioinsumos para agricultura, integrando análises laboratoriais e ferramentas digitais. “Isso demonstra a força da universidade como polo de geração de conhecimento”, afirma Carvalho.
Impacto Além dos Laboratórios
De acordo com o professor Darlan Azevedo, os projetos servem como exemplo do que pode ser alcançado quando se alinham pesquisa avançada, proteção intelectual e vínculo com o mercado. “Esse tipo de reconhecimento estimua doutorandos, mestres e professores a buscarem inovação efetiva”, reforça.
Em suma, o Catalisa ICT é uma prova de que o futuro da economia passa necessariamente pelas universidades públicas. Afinal, mostra mais uma vez que a UFPB está na vanguarda dessa transformação.