É só fazer um rápido levantamento que se tem em mãos os números da vacina que chegam a Paraíba. Para te ser uma ideia, do dia 1º de julho até esta quarta-feira (14), o Estado recebeu duas remessas vacinas.
A primeira ocorreu no início do mês, com 21.060 doses do imunizante da Pfizer.
E na última quinta-feira (8), chegou até a Paraíba, 43.020 doses, sendo 30.420 doses da vacina da Pfizer e 12.600 doses da Coronavac.
Esses números podem até soar grandiosos, mas são um conta-gotas em um processo que envolve aproximadamente 6 milhões de doses necessárias para imunizar toda a população.
Esse pouco mais de 60 mil doses citadas acima, representa 1% dos imunizantes necessários que para possamos enxergar a Paraíba como um estado que vacinou toda a população.
Vale ressaltar o trabalho competente e árduo que os profissionais do SUS e da gestão da Saúde do Governo do Estado e das prefeituras têm feito, mas não dá para vacinar sem vacina.
E essa falta de vacina é que virou um efeito cascata, desde o negacionismo do presidente, passando pelo desinteresse em comprar os imunizantes e terminando em um estrondoso atraso em todo o processo.
Outrora, o Governo Federal conseguiu vacinar 90 milhões de pessoas em 90 dias contra a H1N1. Um número generoso médio de 1 milhão de vacinados por dia, mas isso tem sido impossível atualmente por um único aspecto: não há vacinas!
Aqui na Paraíba temos de ressaltar que esse é o estado do Nordeste que mais vacinou com a segunda dose e que os esforços do Governo do Estado são tamanhos que até custear a importação de vacinas estão tentando.
Seis meses depois
Passados seis meses do início da vacinação, estamos engalhados em João Pessoa em 40+ há quase duas semanas, sem perspectiva de baixar esse número e ficando dias sem imunizar pessoas fora do grupo de risco e sem comorbidades.
Enquanto isso, vivemos uma CPI escancarando a realidade da incompetência e desinteresse em adquirir as vacinas em tempo hábil e até críticas cômicas de como Bolsonaro e sua trupe ignorou de forma voraz os contatos das fabricantes.
No conta-gotas da vacinação, ficamos com o braço cansado de tanto esperar a nossa hora e o momento em que os nossos serão, enfim, imunizados.