Deepfakes é a nova cara das fake news eleitorais; entenda como é

Já imaginou o presidente Jair Bolsonaro (PL) de short vermelho, sem camisa e dançando o funk “Vai dar PT”, do Mc Rahell? Ou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reclamando do preço da “paçoquinha”? Ambos os vídeos viralizaram nas redes sociais, mas não são reais. A prática, chamada de deepfake, é uma tecnologia que usa inteligência artificial (IA) para criar vídeos falsos, mas realistas, de pessoas fazendo coisas que nunca fizeram na vida real.

Conhecida no universo do TikTok, a prática geralmente é feita com famosos, como Tom Cruise, Anitta e Tom Holland, mas, agora, começou a ser utilizada também com os candidatados as eleições presidenciais.

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A nova tecnologia já era aplicada no cinema, mas se popularizou em 2018 por aplicativos, que podem ser baixados no próprio celular e são de fácil acesso.

O jornalista e deepfaker Bruno Sartori foi o responsável pelo vídeo em que Lula reclama sobre a paçoquinha. Ele conta que fez o vídeo para alertar a população. Nas redes, Bruno vem falando sobre esse tipo de produção.

“Esse vídeo pode passar como real pra muita gente. Usei deepfake pra inserir o rosto de Lula e transferir o timbre de voz dele para a fala original: é um computador falando. Precisamos ficar alerta neste ano eleitoral, pois, podem aparecer conteúdos com intuito de enganar”, disse no Twitter.

Em conversa com o Estado de Minas, ele explicou como os vídeos, que surgiram em 2017, acabaram se tornando um possível problema de disseminação de notícias eleitorais falsas no Brasil de 2022.

“Com a viralização de vídeos, como os que eu faço, e inserção de aplicativos, as pessoas começaram a ter mais contato com a tecnologia. Com isso, essa massificação começou a existir”, avalia.

Mas, afinal, como começaram esses vídeos?

Em 2017, quando um usuário do Reddit começou a postar vídeos falsos de sexo com famosas, a prática começou a ficar conhecida. A técnica acabou ganhando as redes sociais depois que atrizes como Gal Gadot e Emma Watson foram vítimas.

Nesta semana, um vídeo de conteúdo adulto que mostra Anitta em momentos íntimos começou a circular pelo WhatsApp. Com isso, a assessoria da cantora precisou confirmar que não se tratava dela, e sim, de uma deepfake.

Para explicar como as deepfakes podem ser reconhecidas, Bruno Sartori usou o exemplo da cantora. “A melhor forma de identificar um deepfake é pensar no contexto da história daquele vídeo. Se está num contexto absurdo, provavelmente é um deepfake”, disse.

Segundo o especialista, o usuário precisa focar na forma com que o rosto está inserido naquele vídeo, no fundo e pequenos detalhes, que entregam que aquelas imagens podem ter sido adulteradas. “Depende muito de quem cria a deeepfake, porque os especialistas vão deixar os defeitos menos aparentes”, conta.

Do Estado de Minas

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