O sonho de quem quer sair do aluguel e conquistar seu próprio apartamento através da construtora MRV está virando pesadelo. Os moradores do condomínio residencial Jardim da Costa, localizado no bairro de Quadramares, em João Pessoa, passaram a chamar a empresa de “construtora gambiarra”, após receber os seus apartamento e constatar que a estrutura deixou muito a deseja do que foi firmados entre as partes em contrato. Até o interfone, item básico de qualquer condomínio, a empresa está se negando a instalar.
Diversos outros transtornos foram relatados pelos moradores. Entre eles estão o chão desnivelado e portas quebradas. Além disso, uma porta de entrada quebrou e ficou 15 dias para ser consertada porque o técnico foi “importado” de Manaus.
Eles revelaram que estudam abrir uma ação civil pública contra a MRV, devido aos problemas encontrados nas estruturas do apartamento e do condomínio em geral.
Gambiarra na comunicação interna
De acordo com moradores, no contrato consta que o sistema de intercomunicação com a portaria seria instalado pela construtora e entregue funcionando junto com o apartamento, porém a realidade é outra. O apartamento foi recebido apenas com o local onde o interfone deve ser instalado, mas sem a fiação necessária para o seu funcionamento e o morador deve pagar para realizar a instalação.
O sistema de intercomunicação digital prometido pela empresa é um telefone celular, usado pelo porteiro para se comunicar com os moradores, através do aplicativo de mensagens Whatsapp.
“Alguém já viu algum prédio entregue sem interfone? Pois é, existe e foi o meu. Já me prejudiquei por conta disso porque a MRV vendeu as habitações falando de um interfone digital que não passa do ‘zap’ do porteiro. Palhaçada, né?” resumiu uma moradora.
Falta de acessibilidade
O bloco que é destinado para portadores de necessidades especiais não tem as adaptações necessárias no banheiro. Os moradores denunciam que faltam as barras de apoio necessárias para evitar acidentes na hora do banho ou de usar o vaso sanitário. Os outros blocos não contam com rampa de acessibilidade, dificultado o acesso de visitantes portadores de necessidades especiais.
Apartamentos sem vaga de garagem
Alguns moradores também reclamaram que receberam seus apartamentos sem a vaga de garagem e que também constava que seria entregue junto com a unidade. A construtora teria entregado um bloco, sendo que a garagem estava no terreno de outro, que ainda está em fase de conclusão.
O que diz a MRV
De acordo com Carlos Andrade, gerente de Marketing da Construtora, o sistema de comunicação do condomínio é digital para trazer interatividade e tecnologia aos empreendimentos.
“Isso é uma inovação nos nossos empreendimentos, conforme o memorial que foi assinado por todos os moradores. Essa portaria traz a interatividade digital, da portaria com o morador através do celular. Deixa o interfone convencional e é um benefício que a gente entrega ao condomínio para a portaria pode se conectar com o celular do cliente”, explicou.
Em relação às vagas de garagem, Carlos informou que o condomínio está sendo entregue por fases e por isso, alguns moradores ficaram sem, mas o problema foi resolvido após a empresa dar alternativa de ocupar vaga de forma provisória.
Na área de lazer do local, conforme ele, não há problemas na piscina e o local passa por limpeza e manutenção constante. A moradora e síndica do condomínio, Alaneé Magna, negou em nota que a água tenha que ser retirada manualmente, mas reconheceu alguns problemas no residencial.
Sobre a área de acessibilidade, o gerente de marketing da MRV pontuou afirmando que o projeto foi aprovado e tem a documentação da prefeitura, obedecendo todos os requisitos obrigatórios de segurança e planejamento.
Do Paraíba Já