Doenças associadas ao tabagismo matam 40 pessoas por mês na Paraíba. De acordo com levantamento do Ministério da saúde, são 591 óbitos no Estado no período de janeiro de 2021 a abril de 2022.
A diretora-técnica de Ciência e Tecnologia Médica e Correlatos da Agência Estadual de Vigilância Sanitária, Helena Teixeira de Lima Barbosa, fez um dia todo dedicado ao assunto. Acompanhada do gerente-técnico de Inspeção e Avaliação de Produtos, Equipamentos e Tecnologias Médicas da Agevisa/PB, Emanuel Macedo, ela falou sobre os prejuízos do tabagismo à saúde humana e ao meio ambiente em diversas atividades.
Eles também trataram no cigarro eletrônico. Tais produtos, segundo ela, foram introduzidos no comércio como alternativa ao uso dos cigarros convencionais, mas não há estudos que comprovem a eficiência desses dispositivos como auxiliares no processo de combate ao tabagismo, e muito menos sobre a segurança do uso dos mesmos.
Conforme acrescentou o gerente-técnico Emanuel Macedo, pesquisas apontam que esses dispositivos podem fazer muito mal à saúde, mesmo no caso das opções sem nicotina. “De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), o vapor emitido pelos dispositivos eletrônicos para fumar pode causar ou aumentar as chances de infecções pulmonares (como enfisema pulmonar). Pode também causar dermatite, doenças cardiovasculares e até mesmo câncer”, enfatizou.
5% da população de João Pessoa fuma
Uma pesquisa da Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas apontou que em João Pessoa 5% da população fuma. O hábito, associado a diversas doenças respiratórias, tem ganhado uma nova modalidade através do cigarro eletrônico, cujos danos à saúde são semelhantes ao tabaco tradicional. O alerta é do pneumologista, Walter Neto, que descarta o uso do ‘vape’ para quem quer abandonar o método usual.
O especialista explica que apesar do glamour e novidade, o cigarro eletrônico não está isento de malefícios. Ele ressalta que pesquisas chegaram a sugerir que vape poderiam ajudar fumantes, mas a longo prazo, isso não foi comprovado. “Foi visto que o fumante acaba substituindo temporariamente um cigarro por outro. Ou seja, ele continua fumando, o hábito não cessa, e a chance de recaída para o cigarro convencional é muito alta”, detalha.