O Brasil alcançou o maior nível histórico de endividamento, atingindo os 77,9% da população. De acordo com dados da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o brasileiro está ainda com mais dificuldade para colocar as contas em dia. O último levantamento da Serasa aponta 69,43 milhões de pessoas com nome restrito entrando em 2023.
Um estudo da Deep Center revelou que a probabilidade de o brasileiro recuperar uma dívida (ou uma parcela em atraso) em até 30 dias após o vencimento é de quase 68%. No entanto, essa chance cai para menos de 5% em uma dívida acima de seis meses.
Ainda segundo a pesquisa, o valor médio de uma dívida no Brasil é de R$ 4.493,90. Em relação ao perfil dos inadimplentes, os brasileiros de 26 anos a 40 anos se destacam, representando 34,8% dos endividados.
O cartão de crédito impulsiona a situação, com 86,6% das dívidas. Carnês em lojas correspondem a 19% do total. Financiamento de carro, 10,4%. O crédito pessoal representa 9% e financiamento de casa, 8,1%. Contuido, o crédito consignado tem 5,5% e cheque especial representa 5,4%.
Entre 2013 e 2018, a taxa de endividamento no país começou em 62,5% e foi para 60,2%. Contudo, entre 2019 e 2022, a proporção de pessoas com endividamento no país aumentou 14,3 pontos, reflexo da pandemia da covid-19, que mudou hábitos, paralisou e fechou pequenos e médios negócios e fez as pessoas contraírem mais dívidas.
Ao mesmo tempo, durante a pandemia, o Brasil alcançou um dos maiores contingentes de desempregados desde 2012, ultrapassando 14 milhões de pessoas. O agravamento ocorreu também por causa da paralisação de programas de incentivos, como o Auxílio Emergencial, que voltou tempos depois com redução de valores e números de beneficiários.