Uma infecção dupla do vírus da gripe e da Covid. Essa é a flurona— nome dado à coinfecção pelo vírus causador da gripe e o Sars-Cov-2 – que já identificou três casos no Ceará.
Segundo a Secretaria da Saúde do Estado, os diagnosticados são dois bebês de um ano e um homem de 52 anos. O adulto cumpre isolamento domiciliar e vem sendo monitorado por uma equipe médica. Contudo, as crianças receberam alta após atendimento.
Os casos foram registrados nas duas últimas semanas de dezembro, em Fortaleza, segundo a Coordenadoria de Vigilância Epidemiológica e Prevenção em Saúde (Covep), vinculada à Sesa. Exames de sequenciamento genético deve apontar, nos próximos dias, por quais variantes do coronavírus e da Influenza eles foram infectados.
Primeiro caso
Do outro lado do mundo, em Israel, o primeiro caso da dupla infecção atingiu uma jovem grávida, que teve apenas sintomas leves de ambas as doenças. O registro ocorreu no começo da semana. Segundo as autoridades locais, que consideram o caso como um evento raro, a mulher ainda não havia tomado as vacinas contra a influenza ou Covid-19.
Após a confirmação da coinfecção, o diretor do Departamento de Ginecologia do hospital onde a jovem estava internada, Arnon Vizhnitser, alertou sobre a necessidade da população redobrar os cuidados contra contrair os dois vírus, já que ambos atacam diretamente e simultaneamente o sistema respiratório.
A virologista Luciana Costa, professora do Instituto de Microbiologia e do Laboratório de Genética e Imunologia das Infecções Virais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), afirma que se os dois vírus estiverem circulando ao mesmo tempo, é possível que o ser humano os contraia através das vias de transmissão aérea. Como esse é o cenário vivenciado atualmente no Brasil, o fato não deve ser considerado um evento raro.
Como se proteger
Especialistas têm reafirmado que a melhor forma de se proteger dos dois patógenos é através da imunização. Robério Leite é professor da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará (UFC) e diretor da Regional Ceará da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm-CE0). Para ele, há uma grande preocupação em relação às campanhas de vacinação. No caso da Influenza, a cobertura se manteve abaixo do esperado em 2021. Na mesma linha, ainda há cerca de 20% da população cearense que ainda não compareceu aos postos de saúde para tomar a segunda dose da vacina contra a Covid-19.
Os profissionais são unânimes em ressaltar que, quanto menos pessoas estiverem vacinadas, maiores serão as chances de coinfecção.
Do jornal O Povo