Dólar disparado e inflação exorbitante. Em um país em que uma a cada sete pessoas está desempregada, esses ingredientes são provas vivas de que não temos motivo algum para pleitear um momento de confraternização com a família no Natal.
E são os insumos e os importados que impactam cadeias logísticas: o aço, 97%, e o plástico, 40% mais caros, por exemplo. Estes são alguns dos fatores que, segundo especialistas, devem compor o cenário de um Natal pior do que o de 2020 para os consumidores brasileiros.
Cada vez pior
“No ano passado, a situação era bem diferente. A inflação ainda não era um problema, estávamos nos recuperando da primeira onda da pandemia com uma perspectiva favorável, e havia o auxílio emergencial que ajudava no poder de compra das famílias”, aponta Rodolpho Tobler, coordenador da Sondagem do Comércio.
Economista e professor do Ibmec RJ, Rafael Igrejas explica que, mesmo com a disponibilidade do 13º salário e da remuneração de férias, e até com o relaxamento das medidas de restrição impostas pela pandemia — que tendem a aumentar o consumo —, é provável que o crescimento econômico fique em -0,1% neste fim de ano.
“Só de energia elétrica e gás natural, a variação da inflação nos últimos 12 meses é da ordem de 29,8%. Considerando ainda o aumento de combustível, vai a 36,6%. E esses três são itens que afetam a economia como um todo. Então, o cenário de inflação contribui negativamente para que a gente tenha a estagnação econômica. E se não cresce, prejudica o poder de consumo, mantendo o orçamento familiar comprimido”, diz ele.
Do Extra