Quem é mãe e quem é pai sabe do turbilhão de insegurança que vivemos nos tempos atuais. Não confiamos mais nossos filhos em via pública, estamos de olho neles na praia, nas praças, nos shoppings e qualquer outro lugar fora daquilo que nos dá algum grau de segurança.
Mas, ficar dentro de casa, que outrora era encarado como fonte de segurança, perdeu esse ar de liberdade por estar com os nossos protegidos pelos muros e grades.
O lamentável caso que ocorreu com a cantora Walkiria Santos expõe um pouco sobre tudo isso. Porque nem foi preciso sair de casa para que o filho da cantora fosse violentado com inúmeros comentários cheios e preconceitos e homofobia.
Ninguém está a salvo do tribunal da internet. Frequentemente o que era pra ser um mecanismo de acesso ilimitado à informações e estreitamento de relações com amigos e familiares que moram longe virou um verdadeiro pandemônio. Mentiras, agressões e muita falta de empatia compõem a maior fatia dos conteúdos que hoje passam pela rede.
E o pior: não há como parar isso sem promover uma mudança dentro de cada um.
O jovem Lucas Santos, de 16 anos, pagou com a própria vida o preço de sofrer um ataque nas redes. A cantora Walkiria Santos, no alto do seu luto e revolta, foi enfática ao deixar sua dor de lado momentaneamente para alertar o mundo.
Relatos da dor
“Hoje eu perdi meu filho, mas preciso deixar esse sinal de alerta aqui. Tenham cuidado com o que vocês falam, com o que vocês comentam. Vocês podem acabar com a vida de alguém”, disse.
E completou: “Eu estou desolada. Que Deus conforte o coração da minha família e que vocês vigiem que a internet está doente”, resumiu.
Em síntese, estamos todos doentes dentro e fora da internet. O sinal de alerta de que trilhamos o caminho errado da nosso própria natureza já foi ligado há tempos. Nem a pandemia está fazendo a gente enxergar isso. E que futuro almejar pros nossos filhos perante tanta atrocidade?