O ‘fiofó’ da Anitta, uma avalanche de mamatas e o clamor por uma CPI do Sertanejo

Não mexa com o que está quieto. Este ditado é bastante conhecido na região Nordeste e até mesmo no restante do Brasil. Resume bem que a inércia merece ser respeitada, pois qualquer movimento pode gerar uma reação. E nem sempre essa reação é salutar para quem executou.

Um passo à frente e você não está mais no mesmo lugar. Me recordo de ver essa linda frase em uma das músicas de Chico Science e ela exemplifica que o poder de reação existe e qualquer movimento já te tira da inércia.

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E foi pensando nestas dois lindos ditados que acompanhamos esses dias um desenrolar de um caso que começou em uma crítica do cantor Zé Neto ao tentar detonar a cantora Anitta fazendo piada com uma tatuagem que ela fez no “fiofó” (termo que a própria Anitta usa para falar sobre o assunto).

Resposta

A referência de Zé Neto era diretamente para cantores que utilizam a Lei Rouanet, e usar Anitta para atacar artistas que não comungam com o atual do governo foi estopim para um movimento sem precedentes. As redes sociais se transformaram em um grande depósito de denúncias, protestos e até mesmo pedidos para a realização da CPI do Sertanejo.

Tudo isso porque no fatídico show em que fizeram na cidade de Sorriso, Zé Neto e Cristiano abocanharam R$ 400 mil de cachê, pago pela prefeitura da cidade sem nenhuma concorrência ou licitação.

Como se não bastasse, os internautas e jornalistas seguiram uma sequência de pesquisas contra o chamaram de mamata sertaneja e o foco das pesquisas caiu sobre Gusttavo Lima, um cantor assumidamente bolsonarista.

E aí, a coisa ficou pior. Dois shows do artista no mesmo naipe que a Prefeitura de Sorriso bancou também beneficiariam Gusttavo. O primeiro, na menor cidade de Roraima, custaria R$ 800 mil está sob investigação do Ministério Público local.

Mais denúncias

O outro show, que também já está em investigação do MPMG, é na cidade de Conceição do Mato, com um cachê de R$ 1,2 milhão. Internautas acusam que o valor desembolsado viria da educação. E, apesar do evento cancelado, Gusttavo Lima já teria recebido a metade desse valor no ato da contratação, R$ 600 mil.

Como se não bastasse, hoje amanhecemos com a informação que a empresa que comprou os direitos da carreira de Gusttavo Lima por R$ 200 milhões pegou R$ 320 milhões emprestados do BNDES.

E , ainda de acordo com o site O Antagonista, o próprio Guasttavo Lima pegou R$ 1 milhão de empréstimo no BNDES para compra de máquinas industriais.

O movimento que Zé Neto fez parece que deu início a uma caça às bruxas. Esperamos investigação, apuração séria e que tudo isso seja início de um capítulo de mamatas acabadas que um certo presidente prometeu, mas são os próprios brasileiros que estão se esforçando para tal. Tudo graças ao bendito fiofó da Anitta.

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