Por que o impacto da pandemia na educação será mais grave do que imaginam?

A pandemia trouxe não só o medo da morte, de perder gente querida. Também trouxe o medo de enfrentar um vírus desconhecido e praticar restrições como o distanciamento social, o home office e as aulas online. Contudo, na área infantil, principalmente no ponto de vista educacional, o impacto da Covid-19 é muito mais grave do que o que todos imaginam.

O fechamento prolongado de escolas custou aos estudantes bilhões de dólares na renda de uma vida inteira. Esse levantamento foi divulgado pelo Banco Mundial e agências da ONU nesta segunda-feira (6). O alerta é que a crise piorou em relação ao esperado no ano passado.

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O Banco Mundial, junto com o Unicef e a Unesco, disse em um relatório que a atual geração de estudantes corre o risco de perder 17 trilhões de dólares em renda durante suas vidas. Isso equivale a cerca de 14% do PIB mundial, devido a interrupções de aulas pela pandemia da Covid-19.

Essa estimativa é maior do que a feita no ano passado, que previa um impacto de US $ 10 trilhões para estudantes em todo o mundo.

Medo da evasão

“A crise da Covid-19 causou uma paralisação nos sistemas educacionais em todo o mundo. Agora, 21 meses depois, as escolas permanecem fechadas para milhões de crianças e outras podem nunca mais voltar às salas de aula”, disse Jaime Saavedra, diretor de Educação do Banco Mundial.

“A perda de aprendizagem que muitas crianças estão experimentando é moralmente inaceitável”, acrescentou.

Mas as interrupções não afetaram a todos da mesma forma, e o relatório descobriu que as crianças mais pobres ou deficientes têm menos acesso ao aprendizado remoto. Nessse mesmo interim, os alunos mais jovens foram os mais atingidos no geral.

Enquanto isso, as meninas têm menos probabilidade de mudar para sistemas de aprendizado remoto, embora tenham maior perda de aulas, acrescentou o relatório.

A verdade é os governos em todo o mundo tenham divulgado medidas de estímulo para impulsionar suas economias após as interrupções da pandemia. Contudo, menos de 3% desses fundos foram destinados à educação. E mais: 200 milhões de estudantes vivem em países que não têm meios para oferecer todas as aulas remotamente.

Com o Diário de Pernambuco

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