Trocar os tradicionais ovos de chocolate e bacalhau por caixa de bombons e pescados. Essas são apenas algumas adaptações que os brasileiros estão fazendo na Semana Santa.
A época sazonal faz com que os mercados e as peixarias coloquem em destaque esses produtos que saltam aos olhos de muitos clientes.
Contudo, apesar de ser considerado comum o aumento do preço das iguarias na véspera, a elevação do custo tem assustado os consumidores de todo o país, que estão dando preferência a alternativas mais em conta.
Um dos motivos que têm contribuído para que o comprador fique estarrecido ao ver o preço do ovo de chocolate, que pode estar até 8,5% mais caro, é a elevação do valor do cacau juntamente com a alta dos custos operacionais neste ano, reflexo de fatores como o reajuste de combustíveis. Nesse cenário, quem não for abrir mão do ovo de Páscoa, terá que buscar estratégias para economizar.
Um levantamento da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) mostra a variação de preços dos produtos, a depender do estabelecimento, um mesmo ovo de chocolate pode custar até 181% a mais. Diante desse contexto, a caixa de bombom é a escolha da Luciana Gomes, 48, que trabalha com congelamento, e esperava poder presentear cada um dos quatros filhos com o chocolate que já se consolidou como o “símbolo” da data. “Os preços dos ovos estão altos demais. Ano após ano, eu nunca deixei de comprar o produto. Mas agora as coisas estão difíceis”, diz Luciana.
Com um ovo de chocolate de 318 gramas custando R$ 53,29, Luciana decidiu desembolsar R$ 45,8 em quatro caixas de bombons (R$ 11,45, por unidade). “As caixas de bombons estão mais em conta. Se eu fosse comprar quatro ovos nesse valor, o gasto seria de R$ 213,16”, pondera Luciana.
Pescado
Antecipar-se na compra do peixe também é uma estratégia para economizar, principalmente porque a tendência é que o preço aumente mais a cada dia que o feriado da Semana Santa se aproxima. De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, a variação acumulada do preço dos pescados em 12 meses é de 4,55%.
De acordo com a supervisora de disseminação de informações do IBGE na Bahia, Mariana Viveiros, o aumento dos pescados está, em média, bem menor que o das carnes e aves, mas é relevante e tem impacto para os consumidores. “Isso porque, justamente por estarem aumentando menos, acabam sendo uma alternativa às outras proteínas animais, mesmo fora do período da Semana Santa. Além disso, alguns peixes como a sardinha e o salmão tiveram aumentos muito acima da média dos pescados em geral, chegando a quase 20% em 12 meses, no caso do salmão”, explica a supervisora.
Em meio às alterações negativas do preço dos pescados, sobretudo do bacalhau, que nos últimos 12 meses teve uma alta de 6,26%, de acordo com o IBGE, a assistente social aposentada Luzmara Apolinario decidiu adiantar a compra. “Eu comprei o cação (peixe) por R$ 25. Como não podemos comprar o mais caro, levamos o mais barato mesmo”, conta Luzmara que por uma hora visitou várias barracas no Mercado do Peixe, no Largo de Água de Meninos, para encontrar o local mais em conta. A assistente social também diz que com o preço do bacalhau subindo, na Semana Santa a opção vai ser outra. “Vamos ter que comer o mais barato. O bacalhau fica para outro momento”, resumiu.
Fonte: Da Redação, com o A Tarde
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