A vereador Eliza Virgínia (Progressistas) usou a tribuna da Câmara Municipal de João Pessoa (CMJP), na sessão ordinária desta quinta-feira (4), para se posicionar contra as feministas. A parlamentar afirmou que “a política delas não é sobre mulheres, é sobre mulheres que falam a mesma língua que elas”.
Eliza Virgínia exibiu um vídeo de um concurso de beleza feminino no qual, segunda ela, quem ganhou foi um homem. “Visivelmente, nós percebemos que ela é um homem. Ela é uma mulher trans, porém a gente vê os ombros mais largos, o quadril mais estreito. Porque são diferenças que só com muita plástica para você chegar a um homem parecer realmente com uma mulher”, argumentou a vereadora, defendendo que haja concursos específicos para mulheres trans.
De acordo com a parlamentar, as mulheres trans estão conquistando os pódios das mulheres. “Vamos dizer que elas estão conquistando os pódios das mulheres cis, já que nós temos que fazer esses quadradinhos todos. Mas, eu vou dizer só mulher mesmo, porque eu me sinto mulher, sou apenas mulher. Não preciso dizer que sou mulher cis para dizer que nasci mulher biologicamente, penso como mulher e quero ser mulher. Eu sou mulher e ponto!”, se posicionou.
Trans
Segundo Eliza, além dos pódios da beleza, as mulheres trans estão conquistando os pódios do esporte. “Uma mulher trans conseguiu ganhar um concurso de melhor esportista feminina nos Estados Unidos. Além dela ter tirado vários pódios de mulheres, essa mulher trans que visivelmente é um homem conseguiu conquistar o pódio de melhor mulher no esporte”, lamentou a parlamentar.
“Feministas, é por mulheres? Tem certeza? Ou é só pelo politicamente correto? Eu acho que isso nem chega a ser o politicamente correto, isso é o ideologismo delas. Eu não consigo entender como mulheres conseguem ser tão ferozmente contra mulheres, isso é muito ilógico”, criticou a vereadora.
Eliza Virgínia citou o caso de uma mulher que foi alvo de uma cuspida do ator José de Abreu em um restaurante em 2016 para afirmar que não existe sororidade das feministas com as mulheres de direita. “Nenhuma feminista foi defender essa mulher. Não há sororidade com as mulheres que estão aí arriscando suas vidas, nem com uma mulher lésbica, negra, que morreu. Só porque ela era policial, porque estava do lado errado, não se ouviu falar por ela, nenhuma feminista foi levantar bandeira”, ratificou.
De acordo com Eliza, Marielle Franco tinhas as mesmas características da policial citada – mulher, negra, lésbica, vinda da periferia – mas, sua morte repercutiu no movimento feminista pelo fato dela defender a legalização da maconha e do aborto. “Não é sobre mulheres feministas, vocês só têm uma capa. Minha fala é de repúdio, indignação, de uma mulher que vê mulheres, independente delas serem lésbicas ou não”, concluiu a vereadora.