Correr 100 quilômetros não é algo que se decide do dia para a noite. Anderson Dias, um apaixonado por corridas de rua desde 2016, sabe bem disso. Após uma pausa forçada pela pandemia, ele voltou com força total, dedicando os últimos dois anos e meio às grandes distâncias. O que começou como uma jornada para melhorar sua saúde e cuidar de seu filho autista, agora se transformou em uma missão maior: correr 100 quilômetros em prol da conscientização sobre o autismo.
“Eu comecei a correr para poder ter uma saúde melhor para cuidar do meu filho. Ele hoje tem 10 anos, e quando ele nasceu, eu pesava mais de 136 quilos”, conta Anderson. A corrida lhe ofereceu uma chance de vida saudável, permitindo-lhe estar mais presente e ativo para seu filho. “Quando me tornei ultramaratonista no ano passado, pensei: por que não correr 100 quilômetros pelo autismo?”
Como surgiu a ideia de correr 100 km?
A ideia de correr essa longa distância rapidamente chamou atenção. “Quando eu falava em 100 quilômetros, todo mundo arregalava os olhos”, lembra Anderson. Mas para ele, não se trata apenas do desafio físico, mas sim de conscientizar sobre o autismo e inspirar outros pais a cuidar de sua saúde e de seus filhos.
Anderson começou sua jornada nas corridas em 2016, participando de provas de 5 km. Aos poucos, ele foi evoluindo, sempre com o sonho de correr uma maratona de 42 km. Porém, a pandemia interrompeu seus planos, levando-o a ganhar peso novamente e enfrentar uma fase difícil, que incluiu depressão e a perda do emprego.
Em 2022, após uma cirurgia bariátrica e a perda de 50 quilos, Anderson voltou às corridas e decidiu se desafiar com distâncias cada vez maiores. No final daquele ano, ele completou sua primeira ultramaratona em Lucena. Foi em uma prova em circuito que só termina quando o último participante desiste. Anderson completou 32 quilômetros na prova, mas continuou correndo até alcançar 50 quilômetros.
Ao mesmo tempo, inspirado pelo sucesso, ele decidiu que estava pronto para enfrentar o desafio dos 100 quilômetros. Com a ajuda de seu treinador, Marialdo, da assessoria Inspire, Anderson se preparou para essa prova de resistência. “No início, fiquei assustado, mas meu treinador disse que com um ano de preparação seria possível. Treinamento, sono, alimentação adequada e muita dedicação foram essenciais”, explica Anderson.
Unindo a corrida com solidariedade
Para tornar o desafio ainda mais significativo, Anderson decidiu vincular sua corrida a uma causa nobre: arrecadar alimentos para famílias carentes com crianças autistas. A corrida “100k pelo Autismo” acontecerá no dia 2 de novembro, no Parque Parahyba 3, onde Anderson e sua equipe costumam treinar. O local conta com um percurso de 1 km ao redor, foi escolhido para que as pessoas possam se unir à causa, completando uma ou mais voltas, seja caminhando, correndo ou apenas apoiando.
“Vamos colocar uma faixa e chamar as pessoas a participar. Qualquer um pode fazer uma volta, e juntos, podemos arrecadar alimentos para a Associação Integrada de Mães de Autistas, no Geisel”, convida Anderson. A corrida será mais do que uma prova de resistência; será um ato de solidariedade e conscientização em prol do autismo.
A corrida “100k pelo Autismo” é um exemplo inspirador de como o esporte pode ser uma ferramenta poderosa para promover saúde, bem-estar e causas sociais. Anderson espera que sua jornada inspire outras pessoas a se cuidarem, enfrentarem seus desafios e se unirem em prol de causas que realmente importam.