O presidente estadual do PT na Paraíba, Jackson Macêdo, criticou a decisão do candidato do partido à prefeitura de João Pessoa, Luciano Cartaxo, por unir-se ao ex-ministro da Saúde de Bolsonaro, Marcelo Queiroga, em um pedido conjunto para que tropas federais sejam convocadas na eleição municipal. O candidato do Podemos, Ruy Carneiro, também assinou o pedido, que foi formalizado junto à Justiça Eleitoral e anunciado em uma coletiva de imprensa nesta terça-feira.
O trio de candidatos alega que existe uma relação entre o crime organizado e a administração do atual prefeito, Cícero Lucena (PP), que tenta a reeleição. As acusações surgiram após operações da Polícia Federal em João Pessoa. Macêdo, no entanto, criticou duramente essa união, dizendo que a solicitação de tropas federais tem caráter político e visa desestabilizar o campo progressista liderado pelo governador João Azevêdo (PSB). Ele declarou, durante entrevista à Rádio Arapuan, que essa ação é uma tentativa de enfraquecer o projeto progressista na Paraíba.
O presidente estadual do PT também apontou que a participação de Queiroga nesse movimento demonstra um “desespero” para garantir um lugar no segundo turno. Ele criticou duramente a gestão de Queiroga durante a pandemia, chamando-a de “negacionista” e culpando-a por muitas mortes no Brasil devido à falta de resposta eficaz à crise sanitária.
Prefeito Responde
Em resposta, o prefeito Cícero Lucena publicou um vídeo nas redes sociais, no qual classificou a ação dos seus adversários como um “festival de preconceitos, mentiras e ataques”. Ele defendeu a paz e eleições limpas em João Pessoa, negando qualquer relação com o crime organizado.
Contexto do pedido
O pedido por tropas federais foi feito após a Polícia Federal realizar a Operação Território Livre, que investigava a influência do crime organizado nas eleições municipais. A ação resultou na apreensão de R$ 35 mil em dinheiro e outros materiais suspeitos. Uma das investigadas no caso, a vereadora Raíssa Lacerda (PSB), negou as acusações e afirmou que as suspeitas são infundadas.
A operação anterior, ocorrida em maio, também visou pessoas ligadas à administração de Cícero Lucena, incluindo sua filha, Janine Lucena, secretária executiva de Saúde.