Zé Celso Martinez Corrêa, diretor, ator, dramaturgo e encenador brasileiro, morreu nesta quinta-feira (6), aos 86 anos, em São Paulo. Ele estava internado em estado grave no Hospital das Clínicas após um incêndio em seu apartamento na terça-feira (4).
Zé Celso foi o fundador do Teatro Oficina, grupo que revolucionou a cena teatral brasileira nos anos 1960 com espetáculos como Pequenos Burgueses, O Rei da Vela e Na Selva das Cidades. Ele também foi um dos expoentes do movimento tropicalista e um defensor da antropofagia cultural.
Zé Celso se destacou por sua irreverência, ousadia e inovação, experimentando formas orgiásticas e antropofágicas de fazer teatro. Ele enfrentou a censura da ditadura militar e causou polêmica no exterior com suas encenações que incluíam nudez e erotismo.
Zé Celso também atuou no cinema, como em Encarnação do Demônio, de José Mojica Marins. Nos últimos anos, ele lutava contra o Grupo Silvio Santos, que queria construir um empreendimento comercial ao lado do Teatro Oficina, projetado pela arquiteta Lina Bo Bardi.
Zé Celso foi um dos maiores nomes da cultura brasileira e deixou um legado de criatividade, resistência e liberdade artística.