Ameaçado por Bolsonaro, ex-ministro diz que presidente “desistiu de lutar contra o sistema” e virou “refém do centrão”

O ex-ministro da Educação Abraham Weintraub afirmou, em live neste domingo, que o presidente Bolsonaro foi “sequestrado” pelo Centrão. “O presidente Bolsonaro, infelizmente, desistiu de lutar contra o sistema. Quem anda com bandido ou vira bandido, ou vai ser estraçalhado. O presidente foi sequestrado, acho que está sendo chantageado por esse pessoal”.

Na transmissão, Weintraub disse também que a criação do partido Aliança pelo Brasil por Bolsonaro foi sabotada pelo Centrão: “Sabotaram o projeto do Aliança (pelo Brasil). Um cara que teve 55 milhões de votos não consegue 500 mil assinaturas? Com o fracasso, ele ficou 100% vulnerável ao Valdemar da Costa Neto e ao Ciro Nogueira”

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Ele disse ainda que ex-ministro da Infraestrutura Tarcísio de Freitas mandou caminhoneiros recuar de Brasília durante o ato do 7 de setembro. “Um monte de caminhoneiro foi pra Brasília, gastou dinheiro, e depois o Tarcísio ligou pra eles e falou ‘volta, volta tudo'”.

Também participou da live o irmão de Abraham, Arthur Weintraub. Ele detalhou a tensão que a família passou após sair do Brasil, quando o ex-ministro recebeu um cargo no Banco Mundial, nos EUA. Segundo Arthur, Bolsonaro ameaçou retirar Weintraub do posto, o que forçaria um retorno ao Brasil, onde ele podia ser preso.

“Se voltar, vai ser preso”

Bolsonaro também questionou uma possível candidatura de Weintraub ao governo de SP. “Vocês podem ficar nos EUA por vários anos, mas têm que sumir e nunca mais pisem no Brasil. Se voltarem, o seu irmão pode ser preso e ficar igual ao Mandela”, teria dito o presidente.

Dessa forma, Weintraub diz ter estratégias jurídicas internacionais como forma de garantia, caso seja preso.

“Se prenderem a gente, temos coisas que podemos acionar internacionalmente. No Brasil eles mandam, mas se pisar fora do Brasil complica para eles.”

Também participaram da live Ernesto Araújo, ex-chanceler brasileiro; Victor Metta e Paulo Eneias. Entre as motivações para a convocação do evento, está a recente provocação da família Bolsonaro contra a família de Weintraub, que afirmou que o pai da dupla seria “maconheiro”, e a mãe, “prostituta”.

Pai dos irmãos, Mauro Weintraub é pesquisador do efeito das drogas. “Meu pai é um estudioso do tema e sempre defendeu que era preciso tratar a depressão”, disse o ex-ministro.

Do Estado de Minas

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