Virou caso de Polícia a discussão do projeto da Prefeitura de Campina que visa a contratação de um empréstimo pelo Legislativo Municipal. Parlamentares denunciam racismo, falta de transparência e até ataques à democracia. Até uma sessão ordinária em plena sexta-feira à noite e a participação de um oficial de Justiça para barrar a votação ocorreram.
De acordo com a vereadora Jô Oliveira (PC do B), o projeto era para ser votado na sexta, mas por uma série de acontecimentos acabou não ocorrendo. Então foi chamada uma sessão extraordinária com menos de 48 horas, o que fere o regimento.
Jô então relata que mesmo assim compareceu para a sessão noturna. “No momento que cheguei ele me perguntou de forma truculenta perguntamos quem eu era. E eu fui barrada. Dialoguei com outros vereadores sobre este constrangimento e relatei o que ocorreu na tribuna para ficar em ata”, relatou a parlamentar, que é a primeira vereadora negra eleita em Campina Grande.
“Nós entendemos que o empréstimo é um mecanismo da administração Executivo. A grande questão é a forma que está sendo conduzida em Campina Grande. O que falta é o que vai ser feito com esse recurso. O projeto não traz o que vai ser feito com os 52 milhões de dólares. Inclusive questionei ao prefeito quando ele foi na Câmara, mas não ouvimos respostas”, disse.
Outro ponto que ocorreu durante a sessão extraordinária na Câmara de Campina foi a presença de um oficial de Justiça que foi barrado ao tentar entrar com um informe judicial para o presidente da Casa. Enquanto alguns vereadores acusaram de ataque à democracia a entrada do servidor do judiciário, outros viam o mesmo crime com a não autorização dele para entregar uma decisão que acabou encerrando a sessão de sexta.
Os vereadores de Campina voltam a reunir na manhã desta terça-feira (4) para debater o projeto.