Para a chefe do Núcleo de Ações Estratégicas Especiais do Trauma-JP, Jaqueline Torres, o projeto é inovador e bastante atualizado. “Como nossa unidade de saúde recebe vítimas de violência, já realizamos o acolhimento e a notificação desses casos, por meio do Sinan [Sistema de Informação de Agravos de Notificação]. Essa parceria será muito valiosa, trazendo a visão forense, que é pouco conhecida em nossa área. Estamos com boas expectativas para implementação do serviço, com a ideia de qualificar ainda mais o nosso atendimento”, ressaltou.
Segundo a coordenadora do projeto e professora da UFPB, Rafaela Queiroga, a equipe de enfermeiros será treinada com o olhar mais direcionado para situações da Justiça. “A ideia é que o profissional da saúde realize o atendimento de urgência, mas tenha o cuidado com as evidências deixadas pelo agressor. Como, por exemplo, coleta de material biológico, registro fotográfico ou descrição das lesões. Queremos que o profissional seja capaz de descrever corretamente essa lesão, sem colocar nenhum tipo de juízo pessoal nesse atendimento e oferecer à vítima um encaminhamento adequado”, pontuou.
População é quem ganha
Atualmente, a unidade hospitalar conta com 300 profissionais da enfermagem e de acordo com o gerente do setor, Péricles Mendes, quem mais vai ganhar é a população. “Queremos capacitar a nossa equipe para tornar o atendimento qualificado. Com esse treinamento, esperamos que os profissionais habilitados realizem o atendimento integral, desde o acolhimento até a coleta de material. Esse serviço vai gerar conforto para as vítimas, já que pretende diminuir a exposição. A expectativa é das melhores, teremos muito o que colher com esse projeto pioneiro”, concluiu.