Um total de 61% dos pequenos negócios na Paraíba ainda estão com o faturamento mensal menor que antes da pandemia. É o que mostram os dados da 14ª edição da pesquisa realizada pelo Sebrae e Fundação Getúlio Vargas “Impacto da Pandemia de Coronavírus nos Pequenos Negócios”. De acordo com os entrevistados, o faturamento mensal diminuiu, em média, 21% se comparado a antes da pandemia.
Outros 18% dizem que o faturamento aumentou e 18% dos entrevistados alegam que permaneceu o mesmo. No cenário brasileiro, os números são semelhantes: 59% dos donos de micro e pequenos negócios afirmam que o faturamento diminuiu, registrando uma receita 23% menor no período.
A pesquisa, no entanto, também aponta que já não é a pandemia a principal dificuldade enfrentada pelos pequenos negócios: ela foi apontada apenas por 1% dos entrevistados, enquanto o aumento dos custos (insumos/mercadoria, combustíveis, aluguel e energia) foi apontado por 46% dos entrevistados como maior dificuldade. Outros motivos alegados foram falta de clientes (26%), dívidas com empréstimos (10%) e dívidas com fornecedores (9%).
A gerente da unidade de gestão estratégica e monitoramento do Sebrae Paraíba, Ivani Costa, destaca que o faturamento é um dos maiores termômetros das empresas. “Os números da pesquisa trazem um alerta para os empreendedores: um aumento no nível de consciência do consumidor em priorizar o mais necessário. Um consumidor que vai esperar um pouco mais as mudanças na economia antes de comprar. Clientes que pesquisam mais, mais atentos a descontos e promoções”, destaca.
Segundo ela, um caminho para superar esse cenário adverso está na busca constante por inovação. “Vemos com grande frequência consumidores que estão interagindo com empresas que adotam a cultura de inovação como sua estratégia de negócio. Nesse novo movimento, as empresas podem colar nos novos ecossistemas que estão ganhando força no mercado e entender como levar essas mudanças para seus produtos e serviços”, alerta.
Setores mais prejudicados
No recorte nacional, em contraponto à época que antecedeu a pandemia, os setores que detêm os maiores percentuais de perdas são beleza, artesanato, economia criativa, turismo e moda, com quedas no faturamento que variam de 34% a 29%. Considerando o porte dos empreendimentos, a pesquisa mostra que os microempreendedores individuais (MEI) são o grupo mais impactado (62% relatam queda de faturamento), com uma redução média de 29%.