A Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) participa nesta segunda-feira (15) do Seminário Regional de escuta para a criação e implementação da Universidade Indígena no Brasil. O evento ocorre no Recife, em Pernambuco, e é realizado pelo Ministério da Educação (MEC) em parceria com o Ministério dos Povos Indígenas (MPI) e a Funai. Esse seminário envolve participantes também da Paraíba e de Alagoas.
A intenção do MEC é realizar esses encontros durante dois meses em 12 estados, como parte das ações do Grupo de Trabalho instituído pela Portaria n° 350, de 15 de abril.
“É uma universidade que precisa ter a nossa identidade, refletir a nossa visão do futuro das terras e povos. Temos muitos desafios. Precisamos ver a universidade como um espaço de fortalecimento das nossas lutas, formando mulheres e homens indígenas para defender os nossos direitos. Temos mais de 305 povos, então, a universidade que queremos deve estar aberta a toda essa diversidade”, defendeu a diretora de Promoção ao Desenvolvimento Sustentável da Funai, Lucia Alberta, que é indígena do povo Baré, e participa do seminário.
É para contribuir com a inclusão da diversidade dos povos indígenas e garantir seu protagonismo que a Funai e o MPI participam como membros da Comissão Nacional de Educação Escolar Indígena e do Grupo de Trabalho criado pelo Ministério da Educação. “Essa luta é para que os povos indígenas participem da construção da universidade desde o início”, reforçou Lucia Alberta.
O seminário de Recife contou com a presença de importantes lideranças, professores e estudantes indígenas, demonstrando o interesse na criação da Universidade Indígena. Entre os participantes estiveram Marcos Xukuru, membro do Conselho Nacional de Política Indigenista (CNPI); Sandro Potiguara, cacique-geral do povo Potiguara, do estado da Paraíba, Pierangela Nascimento da Cunha, coordenadora-geral da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização de Jovens e Adultos, Diversidade e Inclusão (Secadi), do MEC; e Eliel Benites, diretor do MPI.
O coordenador-geral de Articulação Institucional da Secretaria de Educação Superior (Sesu), do MEC, Fernando Antônio dos Santos Matos, classificou o momento como histórico. “Este será um legado que ficará para as futuras gerações e terá a digital dos povos indígenas, a contribuição, a ideia e o sonho de cada um. É uma oportunidade de colocar tudo isso no papel para que, juntos, possamos começar essa jornada”, destacou.
Seminário de Escuta
O objetivo do encontro é realizar um processo de escuta para receber informações e análises de entidades indígenas e indigenistas, públicas ou privadas, e especialistas no tema, para subsidiar a criação e implementação da Universidade Indígena no Brasil.
O primeiro seminário ocorreu no dia 5 de julho em Salvador (BA), para ouvir representantes da Bahia e Sergipe. O segundo, em Campo Grande (MS), no dia 11 de julho. Todos os encontros contam com a participação de servidores da Funai.