Em 2021, 56,7% das pessoas de 15 anos ou mais de idade evitaram chegar ou sair muito tarde de casa; 53,2% evitaram caixas eletrônicos à noite; e 51,2% evitaram usar celular em locais públicos. Esses são os dados da Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílio (PNAD) Contínua – Sensação de segurança 2021, que, em parceria com o Ministério da Justiça e Segurança Pública, investigou, pela primeira vez, o tema sensação de segurança. O objetivo é avaliar a opinião das pessoas sobre suas percepções de (in)segurança.
Os números revelam ainda que 49,9% evitaram lugares com poucas pessoas; 49,2% evitaram falar com pessoas desconhecidas; e 42,8% evitaram usar relógio, joia ou outro objeto de valor. Em menor medida, 24,3% das pessoas evitaram atividades de lazer que costumavam fazer; 23,8% evitaram usar transporte coletivo; e 15,0% evitaram usar redes sociais ou Internet por motivo de segurança.
“As mulheres apresentaram percentual maior de evitação por motivo de segurança em todas as atividades, sobretudo chegar ou sair muito tarde de casa (63,6%), ir a caixas eletrônicos de rua à noite (57,2%) e usar celular em locais públicos (57,6%)”, diz Arêas.
“Quanto maior a escolaridade, maior a mudança de hábitos por motivo de segurança, o que pode ser reflexo das diferenças de renda entre os menos e os mais escolarizados ”, analisa Arêas.
A pesquisa também mostrou que a proporção de pessoas que evitaram alguma das atividades listadas foi maior quando houve vitimização por furto e, ainda mais, quando houve por roubo. “A maior diferença na proporção de pessoas que evitaram atividades por insegurança entre vítimas e não vítimas foi nos casos de roubo, dado que existe pelo menos uma ameaça ou violência, ao passo que, no furto, a pessoa pode nem perceber”, destaca o analista da pesquisa.