A ministra Cármen Lúcia votou a favor a inelegibilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro e assim o Tribunal Superior Eleitoral formou maioria e confirmou que o ex-mandatário está oito anos sem poder concorrer nas eleições. Agora, faltam dois votos para chegar ao fim o julgamento e sem chances de reverter o placar.
O 1º voto pela condenação foi dado pelo relator Benedito Gonçalves. Ontem, Floriano Marques e André Ramos Tavares acompanharam o relator. O único voto contrário até o momento foi o de Raul Araújo. Com isso, o ex-presidente está fora das eleições até 2030. O ministro Alexandre de Moraes ainda dará o seu voto. O placar atual está em 4 a 1 pela inelegibilidade de Bolsonaro e não pode ser mais revertido.
Como é o processo que deixou Bolsonaro inelegível?
O processo que pode deixar Bolsonaro inelegível é uma ação de investigação judicial eleitoral (AIJE) movida pelo PDT contra o ex-presidente por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação. A ação se refere a uma reunião realizada por Bolsonaro em julho de 2022, quando ainda era presidente e pré-candidato à reeleição, com embaixadores de países estrangeiros no Palácio da Alvorada. Nessa reunião, Bolsonaro fez ataques infundados às urnas eletrônicas e ao sistema eleitoral brasileiro.
O processo está sendo julgado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que vai analisar se houve irregularidades na conduta de Bolsonaro e do seu ex-candidato a vice-presidente, Walter Braga Netto.
O julgamento do processo começou no dia 22 de junho de 2023. O relator da ação é o ministro Benedito Gonçalves, corregedor-geral eleitoral. O Ministério Público Eleitoral (MPE) já se manifestou a favor da condenação de Bolsonaro por abuso de poder político. A defesa de Bolsonaro alega que a reunião com embaixadores não teve caráter eleitoral e que os ataques às urnas foram parte de um “debate de ideias” para aprimorar o sistema de votação do país.