Ruan Pamponet Costa, de 28 anos, aplicou pelo menos 40 golpes em oito estados. Calotes em bares, restaurantes, motéis e motoristas de táxi. Na última quinta-feira, depois de consumir e não pagar mais de R$ 5 mil por bebidas em Palmas, no Tocantins, ele foi preso pela sétima vez.
Não era qualquer bar e restaurante. Ele costumava escolher os mais badalados. E tinha aquela lábia de bom moço. Aos policiais, dizia que morava com os pais em Brasília, no Plano Piloto, uma área nobre da Capital Federal.
Profissão? Às vezes, se apresentava como barman ou promoter. Mas, para maioria das vítimas, dizia que era ex-jogador de futebol, com passagens por clubes internacionais.
Foi o que ele disse a um taxista do Rio de Janeiro. O motorista conta que Ruan ofereceu R$ 400 para ter o carro uma tarde toda ao seu dispor.
Pediu para ser levado até um sofisticado quiosque de praia, em Ipanema. Comeu e bebeu do bom e do melhor. E, quando a conta já estava em R$ 5,2 mil, avisou que ia fazer xixi no mar – e nunca mais voltou.
Ele tentou fugir, mas acabou preso. Não foi a primeira vez. Ruan já foi parar na cadeia em pelo menos sete ocasiões. O programa Fantástico, da Rede Globo, localizou mais de 40 boletins de ocorrência por crimes parecidos, aplicados em oito estados e no Distrito Federal desde 2014.
Passando mal
Um deles, em Goiânia, em um bar famoso entre os fãs de sertanejo. Ele consumiu espumantes, bebidas importadas e comidas caras. A conta ficou em mais de R$ 6 mil. Na hora de pagar, ele disse que estava passando mal.
O gerente chamou a emergência. Chegando ao local, um bombeiro constatou que aquilo era só uma farsa. Ruan foi preso, e liberado na última terça-feira, sob a condição de não mais “frequentar bares, prostíbulos e locais de má fama” — mas não durou nem dois dias.
Não vai parar
Na quinta-feira, em Palmas, ele atacou de novo e foi colocado em prisão preventiva. Segundo o delegado, ele afirmou que não vai parar com os calotes. Ele teria dito a mesma coisa a vítimas em outros estados. O advogado que defende Ruan diz que não sabe a motivação do crime.
Do G1