Atraso de pagamentos e falta de ajuda de custo estão gerando descontentamento entre trabalhadores temporários do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) que estão atuando no Censo 2022.
Com o calote imposto pelo atual governo, ameaça de grevestomou conta dos recenseadores e milhares de desistências estão ocorrendo entre os contratados.
O déficit de recenseadores prejudica o andamento da coleta, que está abaixo da média nacional em estados do Sudeste, Sul e Centro-Oeste, justamente as regiões onde o percentual de recenseadores contratados em relação ao número de vagas disponíveis é mais baixo.
O IBGE atribui a dificuldade de contratar às menores taxas de desemprego nessas regiões. Com relação às queixas dos trabalhadores, o instituto afirma que “os pagamentos aos recenseadores já foram regularizados em sua ampla maioria” e que demandas residuais estão sendo resolvidas caso a caso.
“O IBGE reconhece o papel fundamental dos recenseadores e dos outros servidores temporários para o sucesso da operação do Censo. Neste sentido, está atento às condições no processo de coleta e ao bem-estar destes servidores, respeitados os limites legais e orçamentário”, disse a autarquia, em resposta à BBC News Brasil.
Programado para acontecer em 2020, o Censo teve de ser adiado por conta da pandemia de covid-19. Em 2021, sofreu novo adiamento, por falta de orçamento – mais de 90% da verba prevista foi cortada na tramitação da lei orçamentária no Congresso.
Com a BBC Brasil