Uma proposta de lei apresentada pelo senador Styvenson Valentim, do Podemos do Rio Grande do Norte, pretende alterar a Lei de Execução Penal e a Lei que trata sobre a remoção de órgãos, tecidos e partes do corpo humano para fins de transplante e tratamento. O objetivo é incluir a doação de órgãos duplos como uma das hipóteses de remição da pena privativa de liberdade.
Segundo o projeto, o condenado poderá de forma voluntária e livre, acompanhado do seu advogado, na presença do Juiz de execução penal e após ouvido o Ministério Público, optar pela doação de órgãos duplos para ter a redução da pena. Para isso, o condenado deverá ter cumprido pelo menos 20% da pena inicial e ao doar terá sua condenação reduzida em até 50% da pena total devendo cumprir o restante do tempo em regime aberto, com as condições a serem definidas pela Justiça. Todos os custos dos procedimentos serão de responsabilidade do Estado e realizados de acordo com a Lei. Essa hipótese de remição da pena não poderá ser aplicada aos condenados por crimes hediondos.
O senador Styvenson Valentim afirma que a medida beneficia os dois lados, tanto o condenado quanto aqueles que aguardam a doação de órgãos.
Esses carcerários, que já possuem o direito subjetivo como qualquer outro cidadão de ser doador de órgãos mesmo em vida, órgãos duplos. Além do benefício penal próprio que eles estão conseguindo com a redução até mesmo a liberdade, com esse desencarceramento, estão ajudando imensas filas de pessoas que aguardam, dão expectativa de vida melhor, dão esperança a essas pessoas e o gesto mais do que humanitário para todos os lados.
As pessoas podem fazer doação de órgãos estando vivas ou mortas, os órgãos duplos como um dos rins, parte do fígado, do pulmão e da medula óssea, podem ser doados para fins terapêuticos sem prejuízos significativos para o doador. Segundo o senador, a doação de órgãos pode ajudar o condenado a diminuir a pena e salvar uma vida com um ato de solidariedade, de caráter humanitário. A proposta segue tramitando nas comissões do Senado.