A fragilidade sudestina em doses de humor e ignorância

Devo admitir que ando me divertindo bastante com esta espontânea onda de reação Nordestina ao histórico preconceito vindo das “bandas do Sul”.

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Anônimos, personalidades, famosos todo mundo entrando na roda…


Agora o “bicho vai pegar”.


E vejam bem, eu nem gosto de me gabar, ficar de ufanismo com o meu país Nordeste. Esse naco de terra mais abençoado do Globo e de gente mais arrochada que tem pela via láctea.


Além de muito mais senso de humor, somos muito mais criativos que o sulista-sudestino por essência, convenhamos.
E tem mais, a gente tem couro curtido, agüenta intempéries do tempo e gaiatice de menino buchudo, criado por vó, tomando todynho, no décimo oitavo andar de prédio.


Agora, uma ruma de vocês do “eldorado” brasileiro não agüenta “meia hora de trocação”, resenha pesada. Vão tudo “pedir menos” rapidinho e correr para o colo de mãe, ou da babá.


“Se não guenta, bebe leite”… ninho, batido no liquidificador.


Uma das mais divertidas “peças” que vi nesta inversão de papéis da história foi um vídeo do Porta dos Fundos.

Um paulista ocupando a posição de bichinho exótico que tanto tentam imputar aos nordestinos.


“Sabatinado” por duas pessoas do Nordeste, acuado, exposto, tendo que responder as perguntas estapafúrdias sobre sua localidade de origem e hábitos.


Poço de ignorância

Na vida real é esta posição ridícula que o sudestino-sulista médio ocupa: um poço de ignorância, egocentrismo, falta de amplitude, visão e perspectiva nacional.


Desvios, equívocos, que tentam camuflar impondo ar de desprezo ao outro. Como se, por ser tão irrelevante, não o importasse em nada saber. Daí o desconhecimento.


Isso é tentado impor a todas as outras regiões Dio Brasil fora desse núcleo e dos holofotes da grande mídia(mas me atenho apenas ao Nordeste, por ser a privilegiada parte que me cabe no latifúndio).


Quando um paulista pergunta em tom superior, maioral: -Mas você é baiano, da Bahia mesmo?? Ele está expondo sua mediocridade, não só geográfica, mas cultural, social.


Sim, porque em São Paulo quando se quer depreciar algo logo se refere a “baianadas”. Mal vestido, baiano. Vacilou no trânsito, baiano. Fez qualquer outra merda, baiano.


O mesmo paralelo depreciativo no Rio de Janeiro é destinado à Paraíba. “Os Paraíba”.

A tal “Paraibanada” da senhora Fontenelle, que motivou essa reação em cadeia dos nordestinos. Eu acho que a dita cuja nem merece atenção, é uma irrelevante, artista do nada, influenciadora de coitados, mas já que repercutiu, “receba a rebordosa” e “se entupa”.


Mas na minha realidade fico a pensar é do quão privilegiado me sinto flutuando dentre estes dois universos mágicos, ricos, intensos, paradisíacos, cheios de “baianadas e paraibanadas”. O primeiro de nascença, o segundo de adoção.

Por Marcos Thomaz

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