O Brasil bateu recorde no número de divórcios em 2021, conforme um levantamento feito pelo Colégio Notarial do Brasil – Conselho Federal (CNB-CF). Foram 80.573 processos de separação, superando os anos anteriores. Mais do que uma movimentação judicial, o divórcio tem grande impacto emocional e pode dar sinais muito antes do fim.
Psicóloga do Sistema Hapvida em João Pessoa, Michelle Costa explica que o casamento pode ter fases difíceis que precedem o rompimento. “Pode haver falta de diálogo, o casal não realiza atividades domésticas e de lazer juntos, não participam juntos de atividades relacionadas aos filhos”, aponta.
E apesar de parecer uma solução para os problemas do relacionamento, o divórcio também pode trazer consequências como estresse agudo, depressão e inseguranças para se relacionar amorosamente outra vez. A psicóloga lista ainda a dificuldade na relação com os filhos, crises de ansiedade e medo de ‘iniciar’ a vida novamente.
Necessidade?
Ainda assim, em alguns casos a separação pode ser necessária e o único caminho possível. Contudo, nessas situações, a especialista orienta que é preciso que o recém-divorciado faça um resgate da própria identidade, que muitas vezes é afetada devido ao longo período do relacionamento. “É importante buscar autonomia e reconhecer seus potenciais. Se enxergar capaz de viver para além do casamento e tentar evoluir enquanto ser humano. A terapia é fundamental nesse processo”, indica.
Quem optar por permanecer na união precisa de empenho e empatia para superar as dificuldades que levaram à crise e também para evitar novas adversidades. “A terapia individual ou de casal ajuda a equilibrar as diferenças. Também é importante estabelecer o diálogo, programar atividades com os filhos e com o casal, divisão das obrigações, acabar com as competições internas e buscar melhorar a vida sexual”, lista Michelle.
Na Paraíba e no Brasil – Conforme o levantamento, a Paraíba registrou 771 divórcios em 2021, sendo o 9º estado que menos registrou a separação nos cartórios. São Paulo lidera com 17,7 mil casamentos desfeitos neste período, seguido por Paraná, com 9.501 separações e Minas Gerais, que teve 8025 divórcios.